sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz 2012

 

Que em 2012 tenhamos muita PAZ, SAÚDE E AMOR!
São os sinceros desejos do blog OLHOS FECHADOS.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Soneto de Natal

Machado de Assis

Um homem, — era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço no Nazareno, —
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,

Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.

Escolheu o soneto... A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.

E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
"Mudaria o Natal ou mudei eu?"


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Frases Inteligentes


Uma ex-mulher é para sempre. [ João Fernando Camargo ]


A única coisa necessária é o supérfluo. [ Oscar Wilde ]



Amor e tosse não dá para esconder. [ Provérbio  Romano ]



A bicicleta ergométrica é uma viagem sem ida. [ Casseta & Planeta ]



É impossível ser ridículo dentro de um Mercedes. [ Nelson Rodrigues ]



Quem decide pode errar. Quem não decide já errou. [ Herbert Von Karajan ]



A mentira é uma verdade que se esquece de acontecer. [ Mário Quintana ]



Não interessa se o remédio é ou não farinha, o que cura é a bula. [ Luis Fernando Veríssimo]



Criar filho é como jogar videogame: a fase seguinte é sempre mais difícil. [ Silvio A. D. da Silva ]



Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende. [ Guimarães Rosa ]



A única coisa certa do planejamento é que as coisas nunca ocorrem como foram planejadas. [ Lúcio Costa ]



A lei é como uma cerca: "Quando é forte a gente passa por baixo; quando é fraca a gente passa por cima." [ Coronel Chico Heráclito ]



A gente só diz sim ou não no casamento e, ainda assim, às vezes erra. [ Itamar Franco ]



Quando se começa a "discutir a relação" é, quase sempre, porque não existe mais relação. Apenas discussão. [ Mário Prata ]



Hippie é alguém que parece o Tarzan, caminha como a Jane e cheira como a Chita. [ Ronald Reagan ]



Se não fosse o Van Gogh, o que seria do amarelo? [ Mário Quintana ]



Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo. [ José Saramago ]



Há pessoas tão chatas que nos fazem perder um dia em cinco minutos. [ Jules Renard ]



Quem não se ocupa, se preocupa. [ Otto Lara Resende ]

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Desejo




Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,

Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.

Texto de Victor Hugo, adaptado por Vinicius de Moraes

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Um conto de 1958 sobre a crise

A CRISE OU OUTRO CONTO CURTO!

Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorros-quentes. Não tinha rádio, não tinha televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia os melhores cachorros-quentes da região. Preocupava-se com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava e gostava.
As vendas foram aumentando e, cada vez mais ele comprava o melhor pão e as melhores salsichas. Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender a grande quantidade de fregueses. O negócio prosperava...

Os seus cachorros-quentes eram os melhores! Com o dinheiro que ganhou conseguiu pagar uma boa escola ao filho. O miúdo cresceu e foi estudar Economia numa das melhores Faculdades do país.

Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vida de sempre, vendendo cachorros-quentes feitos com os melhores ingredientes e gastando dinheiro em cartazes, e teve uma séria conversa com o pai: - Pai, não ouve rádio? Não vê televisão? Não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso País é crítica. Há que economizar!

Depois de ouvir as considerações do filho Doutor, o pai pensou: Bem, se o meu filho que estudou Economia na melhor Faculdade, lê jornais, vê televisão e internet, e acha isto, então só pode ter razão! Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, é claro, pior). Começou a comprar salsichas mais baratas (que eram, também, piores). Para economizar, deixou de mandar fazer cartazes para colocar na estrada. Abatido pela notícia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta.

Tomadas essas 'providências', as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo até chegarem a níveis insuportáveis. O negócio de cachorros-quentes do homem, que antes gerava recursos... faliu. O pai, triste, disse ao filho:
 
- Estavas certo filho, nós estamos no meio de uma grande crise. E comentou com os amigos, orgulhoso: - Bendita a hora em que pus o meu filho a estudar economia, ele é que me avisou da crise...
 
 
VIVEMOS NUM MUNDO CONTAMINADO DE MÁS NOTÍCIAS E SE NÃO TOMARMOS O DEVIDO CUIDADO, ESSAS MÁS NOTICIAS INFLUENCIAR-NOS-ÃO AO PONTO DE NOS ROUBAREM A PROSPERIDADE.
O texto original foi publicado em 24 de Fevereiro de 1958 num anúncio da Quaker State Metals

Fonte: A Especiaria

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Lei da Palmada - Tudo que sempre precisei saber…

Pois é. Li ontem no jornal que a Câmara dos Deputados aprovou a chamada "Lei da Palmada" que proíbe os pais de aplicarem castigos físicos nas crianças e adolescentes. Quem for pego maltratando deverá ser encaminhado a cursos de reeducação familiar e a psicólogos e psiquiatras.

É certo que cada um tem sua opinião, mas aqueles que a aprovaram certamente não conhecem a prática bem humorada disso tudo.

Abaixo vocês verão o "depoimento" de uma pessoa que não se arrependeu de ter levado uns bons corretivos quando criança. Divirtam-se.


… aprendi com minha mãe.

Minha mãe me ensinou a VALORIZAR UM SORRISO…
“ME RESPONDE DE NOVO E EU TE ARREBENTO OS DENTES!”

Minha mãe me ensinou a RETIDÃO…
“EU TE AJEITO NEM QUE SEJA NA PANCADA!”

Minha mãe me ensinou a DAR VALOR AO TRABALHO DOS OUTROS…
“SE VOCÊ E SEU IRMÃO QUEREM SE MATAR, VÃO PRA FORA. ACABEI DE LIMPAR A CASA!”

Minha mãe me ensinou LÓGICA E HIERARQUIA…
“PORQUE EU DIGO QUE É ASSIM! PONTO FINAL! QUEM É QUE MANDA AQUI?”

Minha mãe me ensinou o que é MOTIVAÇÃO…
“CONTINUA CHORANDO QUE EU VOU TE DAR UMA RAZÃO VERDADEIRA PARA VOCÊ CHORAR!”

Me ensinou a CONTRADIÇÃO…
” FECHA A BOCA E COME!”

Minha Mãe me ensinou sobre ANTECIPAÇÃO…
“ESPERA SÓ ATÉ SEU PAI CHEGAR EM CASA!”

Minha Mãe me ensinou sobre PACIÊNCIA…
“CALMA!… QUANDO CHEGARMOS EM CASA TU VAI VER SÓ…”

Minha Mãe me ensinou a ENFRENTAR OS DESAFIOS …
“OLHE PARA MIM! ME RESPONDA QUANDO EU TE FIZER UMA PERGUNTA!”

Minha Mãe me ensinou sobre RACIOCÍNIO LÓGICO…
“SE VOCÊ CAIR DESSA ÁRVORE VAI QUEBRAR O PESCOÇO E EU AINDA VOU TE DAR UMA SURRA!”

Minha Mãe me ensinou MEDICINA…
“PÁRA DE FICAR VESGO MENINO! PODE BATER UM VENTO E VOCÊ VAI FICAR ASSIM PARA SEMPRE.”

Minha Mãe me ensinou sobre o REINO ANIMAL…
“SE VOCÊ NÃO COMER ESSAS VERDURAS, OS BICHOS DA SUA BARRIGA VÃO COMER VOCÊ!”

Minha Mãe me ensinou sobre GENÉTICA…
“VOCÊ É IGUALZINHO AO TRASTE DO SEU PAI!”

Minha Mãe me ensinou sobre minhas RAÍZES…
“TÁ PENSANDO QUE NASCEU DE FAMÍLIA RICA É?”

Minha Mãe me ensinou sobre JUSTIÇA…
“UM DIA VOCÊ TERÁ SEUS FILHOS, E EU ESPERO QUE ELES FAÇAM PRA VOCÊ O
MESMO QUE VOCÊ FAZ PRA MIM! AÍ VOCÊ VAI VER O QUE É BOM!”

Minha mãe me ensinou RELIGIÃO…
“MELHOR REZAR PARA ESSA MANCHA SAIR DO TAPETE!”

Minha mãe me ensinou o BEIJO DE ESQUIMÓ…
“SE RABISCAR DE NOVO, EU ESFREGO SEU NARIZ NA PAREDE!”

Minha mãe me ensinou CONTORCIONISMO…
“OLHA SÓ ESSA ORELHA! QUE NOJO!”

Minha mãe me ensinou DETERMINAÇÃO…
“VAI FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMER TODA COMIDA!”

Minha mãe me ensinou habilidades como VENTRILOQUIA…
“NÃO RESMUNGUE! CALA ESSA BOCA E ME DIGA POR QUE É QUE VOCÊ FEZ ISSO?”

Minha mãe me ensinou a SER OBJETIVO…
“EU TE AJEITO NUMA PANCADA SÓ!”

Minha mãe me ensinou a ESCUTAR…
“SE VOCÊ NÃO ABAIXAR O VOLUME, EU VOU AÍ E QUEBRO ESSE RÁDIO!”

Minha mãe me ensinou a TER GOSTO PELOS ESTUDOS…
“SE EU FOR AÍ E VOCÊ NÃO TIVER TERMINADO ESSA LIÇÃO, VOCÊ JÁ SABE!…”

Minha mãe me ajudou na COORDENAÇÃO MOTORA…
“JUNTA AGORA ESSES BRINQUEDOS!! PEGA UM POR UM!!”

Minha mãe me ensinou os NÚMEROS….
“VOU CONTAR ATÉ DEZ. SE ESSE VASO NÃO APARECER VOCÊ LEVA UMA SURRA!”

Minha Mãe me ensinou sobre a SABEDORIA DA IDADE…
“QUANDO VOCÊ TIVER A MINHA IDADE, VOCÊ VAI ENTENDER.”

“Brigado” Mãe..

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Conheça os segredos do feijão consistente e saboroso

Nove dicas para deixar o prato ainda mais gostoso

Qualquer casa brasileira que se preze tem um cheirinho especial por volta do meio-dia. Ele invade o corredor, a rua, o bairro. É hora do almoço, e todo mundo está preparando feijão. Preto, roxinho, rosinha, mulatinho, não há no País quem dispense as nutritivas leguminosas. Mas, apesar de a receita estar praticamente impressa no DNA nacional, há muitas dúvidas sobre ela. Deixar ou não de molho? Temperar antes ou depois de pronto? Como engrossar o caldo? Com a ajuda de Janaína Rueda, do Bar da Dona Onça, em São Paulo, Mônica Rangel, do Gosto com Gosto, em Visconde de Mauá, e César Santos, do Oficina do Sabor, em Olinda, desvendou essas e outras questões.


Preciso deixar o feijão de molho?Quando o feijão fica de molho, além de cozinhar mais depressa, quem o consome tem menos chance de sofrer com gases depois da refeição. O ideal é fazer isso durante a noite, por cerca de 12 horas, mas 60 minutos já são suficiente para a receita ficar mais leve. Só não esqueça de dispensar a água da demolha.

Como faço para engrossar o caldo?O que torna o caldo grosso é a redução. Assim, depois de temperado, deixe o feijão apurando em fogo lento. Um jeito de fazer isso mais rápido é tirar uma porção do ingrediente já cozido, bater no liquidificador e devolver à panela.

Como e quando temperar?O ideal é temperar o feijão já cozido, mas ainda durinho. No final do cozimento, frite bacon em cubinhos e, em sua gordura, refogue bastante cebola (que também ajuda a engrossar o caldo) e alho picadinhos. Reza a lenda que feijão temperado antes do cozimento azeda mais rápido. Outra dica é levar a leguminosa ao recipiente onde foi feito o refogado, e não o contrário. O fundinho da panela fica com sabor concentrado e isso não deve ser desperdiçado. E lembre-se: sal só no final.

Quanto de água botar?Se o feijão ficou de molho, calcule 1 litro para cada quilo de feijão. Caso contrário, dobre a quantidade de líquido. A medida de olho também é simples: cinco dedos de água acima do nível dos grãos. Se precisar de mais, complete sempre água fervente.

Em quanto tempo o feijão cozinha?Na panela de pressão, o feijão fica pronto em cerca de 20 minutos depois de ela começar a apitar. Na comum, leva mais ou menos uma hora.

Posso congelar?Depois de pronto, o feijão dura até três meses no congelador.

Preciso catar o feijão?Feijões comprados em sacas eventualmente podem vir com pedras no meio e devem ser catados. Os de saquinho, vendidos no supermercado, não têm essa necessidade. Mas nunca é demais dar uma olhadinha para evitar que a obturação caia.

Posso guardar fora da geladeira?Se fervido, dá para guardar o feijão fora da geladeira sem o risco de azedar. Só não pode mexer nele depois do processo. Sempre que comer, faça isso novamente. Na geladeira, ele dura uma semana.

Que temperos posso usar, além dos básicos?Quem gostar de louro, pode deixar umas folhinhas secas já na água do molho. Pedaços de charque (lavados em água abundante e aferventados) na panela também vão bem. No Nordeste, é comum acrescentar pitadas de colorau, cominho e um punhado de coentro fresco durante o cozimento. Para uma receita mais caprichada, vale botar maxixe, quiabo, couve, repolho e jerimum.

Fonte: IG Comida

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sem saída

Wagner Nascimento

Não sei o que acontece de vez em quando
Percebo que a frequência aumenta a passos largos
É um sentimento que leva a um paraíso de lembranças
Não sei quando começa
Tampouco quando termina
Só sei que viajo a melhor viagem de minha vida
Excursão carregada com o melhor dela
Tudo que ainda incorpora meu viver
Vida muitas vezes solta ao acaso
Sem perceber me vejo sorrindo
Transportando tudo que há de concreto
Trazendo soluções tardias
Removendo as tristezas
O que era mágoa virou aprendizado
Esse tempo que tudo muda
Metamorfose ambulante
Hoje não existe
Amanhã talvez
Acordar e sentir-se abastecido
Esse tempo gastador de futuro
Fóssil de meu ser.


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Para crianças, assistir à TV é mais prejudicial à saúde do que ficar no computador


Crianças que assistiam mais de quatro horas de TV por dia tiveram maior chance de desenvolver diabetes

Televisão pode afetar desenvolvimento de crianças menores de 2 anos, diz estudo
Cada hora em frente à televisão reduz 22 minutos sua expectativa de vida, diz estudo 

Para crianças, assistir à TV é mais prejudicial à saúde do que ficar sentado no computador. É o que afirma novo estudo publicado na revista BMC Public Health.

De acordo com a publicação, crianças que assistiam à TV por mais de quatro horas diárias tinham 2,5 vezes mais riscos de desenvolver doenças cardíacas e diabetes, por ter aumento na pressão sanguínea e da circunferência abdominal, em comparação com as crianças que passavam menos de uma hora assistindo.

Já as crianças que passavam mais tempo no computador não apresentaram esses riscos. Os pesquisadores acreditam que o motivo é que relaxar em frente à televisão queima menos calorias do que ficar sentado no computador.


Outra razão dada por eles é que alguns hábitos pouco saudáveis são associados à assistir TV, como beliscar pequenos lanches enquanto está sentado em frente à tela.

Para a pesquisa, os cientistas da Universidade de Queen's no Canadá, analisaram informações de 2.500 crianças, com idade entre seis e 19 anos.

A atividade das crianças foram medidas com aparelhos que detectam os movimentos. Além disso, os sinais vitais também foram medidos e elas responderam questões sobre o tempo que passam na frente da televisão e do computador.

A pesquisa sugere que as crianças não só façam atividades físicas para diminuir o risco de desenvolver doenças, mas também regulem o que  fazem enquanto não estão inativas. Os cientistas indicam que o tempo de assistir à TV seja reduzido.

Fonte: UOL

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

terça-feira, 8 de novembro de 2011

10 dicas para melhorar o desempenho escolar do seu filho

Construir um vínculo com a escola desde cedo e traçar paralelos entre o conteúdo e a vida fora do colégio fazem muita diferença


Além dos cadernos e boletins, os pais devem estar envolvidos com a vida escolar dos filhos desde o começo. Segundo a educadora Daniela de Rogatis, quando os pais não acompanham e valorizam o aprendizado, colocam a escola em xeque. “Se os pais não se importam com o que a criança aprende, eles desvalorizam a escola. E isso leva a criança a questionar o valor daquilo”, diz.



Deixar a educação somente nas mãos da escola não é uma solução. Para Daniela, a participação ativa dos pais na educação e no aprendizado dos filhos, além de ser um facilitador para perceber as dificuldades e facilidades das crianças, dá mais segurança para elas avançarem e melhorarem o desempenho.

A educadora Andrea Ramal lançou recentemente o livro “Depende de você – Como fazer de seu filho uma história de sucesso” (LTC Editora) pensando exatamente nisto. Segundo a autora, enquanto os pais não se aliarem às escolas, as chances do fracasso do filho na vida escolar só aumentam. Conversamos com quatro especialistas em educação e reunimos 10 dicas para ajudar as crianças a aproveitarem a escola ao máximo.


1. Não deixe para ir à escola somente quando aparece um problema



Ir à escola somente quando você é convocado para resolver algum problema da criança não vai fazer tanta diferença. A psicóloga Eliana Tatit Sapienza, da Clínica Meta, especializada na área educacional, indica aos pais manter uma parceria com a escola e os professores, frequentando reuniões e se informando sobre o conteúdo desenvolvido em cada matéria. As crianças, especialmente as mais novas, se sentem mais seguras e confiantes quando percebem essa ligação entre pais e professores.

2. Crie um vínculo de comunicação


Perguntar sempre como foi o dia de aula, o que os filhos aprenderam e se passaram por alguma dificuldade são algumas das questões iniciais para estabelecer o vínculo com as crianças sobre o assunto. “Não é para conversar na base da pressão, mas com amizade e afeto”, diz Andrea Ramal. Esse tipo de atitude fará com a criança se sinta, desde os primeiros dias na escola, à vontade para contar o que ela fez no dia, do que gostou e do que não gostou. Assim, se a conversa for mantida ao longo dos anos, os pais saberão se o filho é bom em português, mas tem dificuldades com a matemática, por exemplo.

3. Acompanhe os deveres de casa



Às vezes, segundo Birgit Mobus, psicopedagoga da Escola Suíço-Brasileira, em São Paulo, os pais trabalham tanto que lhes sobra pouco tempo para observar os deveres de perto, mas é importante que um dos dois realize esta função. Acompanhar o que a criança está aprendendo na escola aumenta a motivação e relacionar aquele conhecimento a uma lembrança real pode tornar o conteúdo ainda mais significativo – ao ver as lições sobre as vegetações típicas do país, por exemplo, vale relembrar aquela viagem feita ao cerrado ou a excursão das férias pelas trilhas e praias da Mata Atlântica.


4. Estabeleça uma rotina


A criança deve perceber que é muito mais proveitoso estudar um pouco por dia do que deixar para estudar na última hora, na véspera de uma prova. De acordo com Andrea Ramal, antes do sexto ano do Ensino Fundamental, estudar uma hora por dia está de bom tamanho. Conforme o número de matérias vai avançando, a duração deste período também deve aumentar. Se a criança ainda está no primeiro ciclo do Ensino Fundamental, o brincar ainda pode ter um espaço maior no dia a dia dela. “Os períodos de estudo devem ir crescendo a partir do segundo ciclo”, comenta Daniela de Rogatis.

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os dez mandamentos do brincar

5. Organize um espaço para os estudos


Este espaço deve ser aproveitado, de preferência, em um horário fixo e nobre do dia. A psicóloga Eliana Tatit Sapienza recomenda um lugar tranquilo, iluminado, limpo e organizado para o momento, onde nada possa tirar a concentração da criança. Televisão, videogame ou o irmãozinho mais novo fazendo bagunça devem ficar longe. Materiais de consulta, como livros e acesso supervisionado à internet, ficam perto.

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6. Leia com prazer


Se dentro de casa a leitura é estimulada e encarada como um momento de lazer e prazer, será mais fácil para as crianças se adaptarem ao mundo dos estudos. “Os pais devem conversar com os filhos sobre o livro, revista ou jornal que estiverem lendo, além de deixar livros ao alcance das crianças”, comenta Eliana. Deixar bilhetes e cartinhas aos pequenos também é benéfico. Até mesmo fazer a lista de compras do supermercado ao lado do filho menor pode ser um estímulo.

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7. Ajude seu filho a descobrir a fórmula ideal de estudo


Segundo Andrea Ramal, todos temos modalidades diferentes para aprender. Umas são mais produtivas do que outras. Algumas crianças são mais visuais e estudam sublinhando livros e fazendo resumos. Outras podem ser mais auditivas e preferem repetir o conteúdo em voz alta para si mesmas. “Os pais precisam estimular todas as modalidades, para ver qual é melhor para aquela criança, e tomar cuidado para não inibi-las”, diz. “Hoje em dia as pessoas não aprendem mais sob pressão, mas por motivação”, completa.

8. Relacione o que acontece na escola ao que acontece em família


Conectar os programas de família ao conteúdo da escola amplifica o conhecimento. Se a criança estiver estudando sobre rios e mares, ou sobre como a energia elétrica chega à casa de cada um, viajar para Itaipu ou Foz do Iguaçu durante as férias pode ser mais produtivo do que levá-la para a Disney. “Ela agrega e amplia os horizontes”, afirma Daniela.

Passeios e brincadeiras, de acordo com a psicóloga Eliana Tatit Sapienza, também são aliados da aprendizagem. Levar os pequenos a museus, teatros, sessões de cinema, bibliotecas, livrarias e propor jogos que incentivem a leitura, a escrita e o raciocínio são uma mão na roda. Ao assistir um filme, Andrea Ramal recomenda aos pais pedir aos filhos para escrever outra história com aquele personagem principal. Oportunidades de conhecimento além da escola não faltam, e o seu filho provavelmente gostará da ideia.

9. Se interessar ao seu filho, organize grupos de estudo


Tanto dentro como fora da escola, as atividades em grupo podem ser benéficas. Se os pais perceberem que a criança sente prazer ao estudar com um ou dois amiguinhos, é uma boa pedida. Organizar um debate sobre um assunto específico com os amiguinhos da escola, segundo Andrea Ramal, pode ser bem interessante. Levá-la a um museu com alguns amiguinhos e sugerir um debate sobre o assunto pode ajudá-la a atribuir sentido ao que viu e conheceu.

10. Não espere seu filho virar adolescente para participar da educação dele



Uma família que sempre participou e esteve junto com as crianças durante as lições e provas dificilmente terá um adolescente que não se esforça nos estudos. Nesta fase, os pais precisam tomar cuidado para não pressionar os filhos ou serem invasivos. E isso só é possível se houver uma relação sólida construída. “As famílias que não levam a educação infantil e o primeiro ciclo do ensino fundamental com a devida importância e, consequentemente, não passam com a criança pelas primeiras dificuldades, não terão jeito de opinar quando o filho fizer 15 anos, já que as dificuldades se acumularam ao longo do processo educacional”, explica Daniela de Rogatis.

Leia também: muito além do Enem

Fonte: IG

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Sol da meia noite em um belo vídeo


Quanto mais próximo dos polos da Terra você se encontra, maior a diferença entre o dia e a noite. Durante os meses do verão, no Círculo Ártico e no Antártico, o dia pode passar a durar 24 horas, quando o Sol nunca se põe. O fenômeno já foi abordado pelo cinema em filmes como Insônia e 30 Dias de Noite (que retrata a situação contrária).

time lapse sol da noite
O fotógrafo Joe Capra passou 17 dias viajando pela Islândia e tirando fotos durante as 24 horas. Ele rodou quase 4,7 mil quilômetros e registrou cerca de 38 mil imagens para criar um fantástico vídeo em time lapse. Aconselho fortemente que você o veja em tela cheia.


Durante este período do ano o Sol até chega a se por, mas a claridade nunca cessa.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Entrevista de seleção: 6 erros que você precisa evitar

Processos seletivos são uma realidade quase inescapável, e não apenas para empregos: seleções para estágios, para bolsas, para projetos acadêmicos, programas de trainee e para participação em oportunidades variadas passam por este desgastante processo.


Já tive bastante experiência nos 2 lados deste balcão: já entrevistei e fui entrevistado muitas vezes, e ao longo dos anos fui reunindo informações a respeito para facilitar meus próprios procedimentos. Entre elas está esta lista de 6 erros comuns (que procuro não cometer, mas que vejo acontecer a cada vez que participo como entrevistador) que agora compartilho com vocês.

Erros comuns em entrevistas

Perder a chance de chegar bem informado: além de estar atualizado profissionalmente e sobre o seu mercado, é sempre importante já chegar para a entrevista informado sobre as atividades da empresa e da vaga, seja por notícias, fatos ou estimativas. Pense nos requisitos da vaga e procure entender o que seriam os diferenciais positivos que estão sendo procurados. Informe-se também sobre oportunidades, demandas e até os principais concorrentes da empresa. Mesmo após chegar (especialmente se a entrevista for no local da vaga) é possível continuar coletando dados que podem vir a ser relevantes para escolher o que exibir com mais ênfase ao entrevistador, para ajudá-lo a se convencer de que você é a escolha certa para a vaga.
 
Falta de entusiasmo: Nos posts sobre entrevistas no longo histórico de envolvimento do Efetividade com este tema, é comum ver pessoas comentando uma triste visão: a de que todas as entrevistas são furadas, de que os selecionadores não se esforçam para escolher o melhor candidato, e de que só é aprovado quem tem pistolão. Além de potencialmente ofender aos entrevistadores sérios e a quem já foi aprovado em processos sérios, chegar a uma entrevista deixando transparecer este ponto de vista é já chegar derrotado – melhor nem ir! E mesmo que você não tenha este ponto de vista, comparecer com aquela cara (fácil de reconhecer na sala de espera!) de “mais uma entrevista de uma longa série em que só fui rejeitado”, ou exibindo a atitude que fica clara naquela pergunta final “mas vocês vão me dar retorno mesmo que eu não seja selecionado, né? Se não me ligarem em 1 semana, pra que número eu posso ligar?”, não ajuda – o selecionador quer os melhores, e não necessariamente os que estão há mais tempo tentando. Capriche na educação, na empatia, e na atenção – inclusive com os demais candidatos, sempre pode haver alguém observando. Eu, quando no papel de entrevistador, sempre faço questão de passar algum tempo na sala de espera. 

Respostas decoradas: quando é para uma vaga em atividade especializada, é fácil perceber que parte dos candidatos leu um mesmo artigo de revista dando “a resposta certa” para determinadas perguntas, e achou que era pra responder exatamente como estava lá. Já vi até gente consultando anotação pra responder (mecanicamente) qual o seu objetivo de longo prazo… Conhecer de antemão perguntas comuns em entrevistas e o que enfatizar nas respostas a elas é positivo, mas dar a mesma resposta que o autor de um artigo que o entrevistador também leu não ajuda a passar a impressão de que você é genuíno e diferente dos demais concorrentes.
 
Fazer a entrevista em clima de “já ganhou”: às vezes o candidato acha que a vaga “está no papo”, devido à sua formação, experiência, networking ou qualquer outro fator, e aí não dá atenção à entrevista. Ele pode até estar certo em sua auto-avaliação, mas é difícil saber se os demais concorrentes não terão elementos ainda mais fortes a apresentar. Todas as fases de um processo seletivo são relevantes, e já participei de seleções em que o candidato que parecia ter o melhor currículo e experiência acabou indo para o banco de talentos porque na hora da entrevista exibiu soberba, displicência e ausência de interesse. Não cometa este erro!
 
Fugir do tema em perguntas subjetivas: perguntas como “qual o seu maior defeito” ou “por que devemos te contratar” são testes comuns em entrevistas. Mais do que o interesse na resposta objetiva, o entrevistador tem aí a oportunidade de perceber a atitude do candidato: ele vai fugir do tema, vai dar uma resposta vazia, vai dar uma resposta previamente decorada, ou vai surpreender com criatividade genuína? Travar por não estar preparado para este tipo de situação é muito comum, mas lembrar que a atitude faz parte da resposta pode inspirar a preparação mais adequada. 

Excesso de modéstia, timidez e atenção ao interesse do “outro lado”: entrevista não é hora de exagerar na soberba, mas também não se encolha: o foco das suas respostas deve sempre ser a exposição do que você tem que o torna mais adequado à vaga, confirmando o que está no currículo e apresentando o que não consta nele: sua atitude. Cuidado também para não ficar enfatizando seus possíveis pontos negativos: responda a verdade quando perguntado, mas evite alertas espontâneos contra si mesmo.

Fonte: Efetividade

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Lilypad, A cidade flutuante

As alterações climáticas deste século e a consequente previsão da subida do nível do mar irão provocar milhares de desalojados. No entanto, o arquitecto belga Vincent Callebaut diz ter encontrado a solução para contornar este problema: uma cidade flutuante. Auto-suficiente e ecológica, Lilypad combina uma rede de infra-estruturas semelhante à vida terrestre, recriando espaços urbanos em plena sintonia com o oceano.
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© Vincent Callebaut, "Lilypad".

Todos os anos, milhares de pessoas em todo o Mundo são afectados pelo clima, ficando desalojadas depois de perderem as suas casas. Os habitantes das zonas costeiras são as maiores vitimas em épocas de tempestades ou cheias. Segundo a ONU, o nível do mar deverá subir cerca de um metro durante o século XXI. Isto fará com que, em 2100, o número de refugiados aumente devido às inundações. Países como os Estados Unidos, China, Egipto, Vietname ou Bahamas verão várias das suas cidades desaparecer.

O arquitecto belga Vincent Callebaut apresentou um projecto que diz ser a solução para realojar estes habitantes: uma cidade flutuante. Esta funcionaria de forma semelhante à vida nas cidades terrestres, mas sobre o oceano – e sendo auto-sustentável, (re)aproveitaria as energias e os resíduos produzidos.

Uma unidade urbana no mar

Chamada Lilypad, a sua construção foi inspirada num nenúfar gigante descoberto na Amazónia por Thaddeaus Haenke, no início do século XIX. O botânico alemão baptizou-o de Vitória régia, em homenagem à rainha Vitória de Inglaterra.
Vincent ampliou a forma desta espécie natural duzentas e cinquenta vezes, projectando assim uma unidade urbana com capacidade para 50.000 pessoas. O seu objectivo passava por criar um sistema harmonioso entre homem e natureza, bem como explorar novos modos de vida, integrando o mar em espaços sociais e colectivos. Segundo o arquitecto, Lilypad proporcionará também a proximidade entre cidadãos, num eco polis que combina todas as infra-estruturas necessárias à sua sobrevivência.

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© Vincent Callebaut, "Lilypad".

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© Vincent Callebaut, "Lilypad".

A cidade do futuro?

Por ser flutuante e auto-suficiente, a cidade poderá estar em qualquer mar e até mesmo ser multiplicada. A sua estrutura centra-se num lago, a partir do qual estão organizadas as três grandes áreas: a zona de trabalho, a de lazer e a dos serviços. Cada uma delas terá uma marina e uma montanha artificial. Os barcos da marina serão a ligação entre Lilypad e o continente. Já as montanhas, uma paisagem saudosa da vida terrestre.

Um conjunto de vias unirá não só as montanhas, como dará acesso às habitações e jardins suspensos construídos igualmente na perspectiva “ondulante” da cidade. Vincent refere que Lilypad será fabricada com fibras de poliéster, cobertas por camadas de dióxido de titânio. Não emitirá gases poluentes e a energia necessária para consumo será produzida de maneira eco-sustentável: o lago central terá água doce recolhida das chuvas, e um reservatório natural com água potável; a energia será fornecida apenas pelas renováveis, como a das marés, eólica e solar. Para além disso, os resíduos e desperdícios dos habitantes seriam reciclados.

Para o arquitecto, “Lilypad é uma antecipação da literatura de Júlio Verne, mas também uma alternativa possível em perfeita simiose com os ciclos da natureza.” Dentro de noventa anos, talvez esta cidade anfíbia seja o refúgio e a solução para uma resposta rápida às vítimas das alterações climáticas do globo.

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© Vincent Callebaut, "Lilypad".

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© Vincent Callebaut, "Lilypad".

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© Vincent Callebaut, "Lilypad".


Fonte: obviousmag.org

domingo, 23 de outubro de 2011

O prato azul-pombinho - Cora Coralina



Era um prato sozinho, último remanescente, sobrevivente,
sobra mesmo, de uma coleção,
de um aparelho antigo de 92 peças,
Isto contava, com emoção, minha bisavó, que Deus haja.

Era um prato original, muito grande, fora de tamanho,
um tanto oval.
Prato de centro, de antigas mesas senhoriais
de família numerosa
de festas de casamento e dias de batizado.
Pesado. Com duas asas por onde segurar.
Prato de bom-bocado e de mães-bentas.
De fios-de-ovos.
De receita dobrada, de grandes pudins,
recendendo a cravo, nadando em calda.

Era, na verdade, um enlevo.
Tinha seus desenhos em miniaturas delicadas:
todo azul-forte, em fundo claro num meio-relevo.
Galhadas de árvores e flores, estilizadas.
Um templo enfeitado de lanternas.
Figuras rotundas de entremez.
Uma ilha.Um quiosque rendilhado.
Um braço de mar.
Um pagode e um palácio chinês.
Uma ponte.
Um barco com sua coberta de seda.
Pombos sobrevoando.

Minha bisavó traduzia com sentimento sem igual,
a lenda oriental estampada no fundo daquele prato.
Eu era toda ouvidos,
aquela estória da princesinha Luí, lá da China
- muito longe de Goiás -
que tinha fugido num quiosque muito lindo
com aquele a quem queria,
enquanto o velho mandarim - seu pai -
concertava, com outro mandarim de nobre casta,
detalhes complicados e cerimoniosos
de seu casamento com um príncipe todo-poderosos, chamado Lí.
Então, o velho mandarim, que aparecia também no prato,
de rabicho e de quimono,
com gestos de espavento e cercado de aparato,
decretou que os criados do palácio
incendiassem o quiosque
onde se encontravam os fugitivos namorados.

E lá estavam no fundo do prato,
- oh, encanto da minha meninice! - pintadinhos de azul,
uns atrás dos outros - atravessando a ponte,
com seus chapeuzinhos de bateia
e suas japoninhas largas,
cinco miniaturas de chinês.
Cada qual com sua tocha acesa
- na pintura - para por fogo no quiosque
- da pintura.

Mas ao largo do mar alto
balouçava um barco altivo
com sua coberta de prata,
levando longe o casal fugitivo.

Havia um pombo com argolinha no pé,
e ali, uma mensagem da boa ama,
dando aviso a sua princesa e dama,
da vingança do velho mandarim.

Os namorados, então, na calada da noite,
passaram sorrateiros para o barco,
driblando o velho, como se diz hoje.
E era aquele barco que balouçava no mar alto da velha China,
no fundo do prato.

Eu era curiosa para saber o final da estória.
Mas o resto, por muito que pedisse, não contava a minha bisavó.
Dizia ela - o resto não estava no prato nem constava do relato.
Do resto, ela não sabia.
E dava o ponto final recomendado.
“- Cuidado com este prato!
É o último de 92.”

Devo dizer, que esses 92 não foram do meu tempo.
Os outros - quebrados, sumidos, roubados
- traziam outros recados, outras legendas.

Do meu tempo só foi mesmo aquele último
que, em raros dias de cerimônia ou festas do Divino,
figurava na mesa em grande pompa,
carregado de doces secos, variados, muito finos,
encimados por uma coroa alvacenta e macia
de cocadas-de-fita.

Às vezes ia de empréstimo à casa da boa tia Nhorita.
E era certo no centro de mesa
de aniversário, com sua montanha de empadas, bem tostadas.
No dia seguinte voltava, conduzido por um portador
que era sempre o preto de valor Abdênago,
de alta e mútua confiança.
Voltava com muito-obrigados e, melhor - cheinho de doces e salgados.
Tornava a relíquia para o relicário
que no caso era um grande e velho armário
alto e bem fechado.

UM DIA...
por azar, sem se saber, sem se esperar,
artes do salta-caminho, partes do capeta,
fora de seu lugar, apareceu quebrado,
feito em pedaços - sim senhor -
o prato azul-pombinho.

Foi um espanto.Um torvelinho. Exclamações. Histeria coletiva.
Um deus-nos-acuda. Um rebuliço.
Quem foi, quem não foi?...

O pessoal da casa se assanhava.
Cada qual jurava por si.
Achava seus bons álibis.
Punia pelos outros.
Se defendia com energia.

Eu, emocionada, vendo o pranto de minha avó,
lembrando só da princesinha Luí -
comecei a chorar,
que chorona sempre fui.

Foi o bastante para ser acusada e apontada
de ter quebrado o prato.
Chorei mais alto, na maior tristeza,
comprometendo qualquer tentativa de defesa.

De nada valeu minha fraca negativa.
Fez-se o levantamento de minha vida pregressa de menina
e a revisão de uns tantos processos arquivados,
tinha já quebrado - em tempos alternados,
três pratos, uma compoteira de estimação,
uma tigela, vários pires e a tampa de uma terrina.

O dito, melhor feito.
Logo se torceu no fuso um cordão de novelão.
Encerado foi. Amarrou-se a ele um caco, de bom jeito,
em forma de meia-lua.
E a modo de colar, foi posto em seu lugar,
isto é, no meu pescoço.
Ainda mais agravada a penalidade:
proibição de chegar na porta da rua.
Era assim, antigamente.

Dizia-se aquele, um castigo atinente,
de ótima procedência. Boa coerência.
Exemplar e de alta moral.

Chorei sozinha minhas mágoas de criança.
Depois, me acostumei com aquilo.

No fim, até brincava com o caco pendurado.

E foi assim que eu guardei no armarinho da memória,
bem guardado, a estória, tão singela,
do prato azul-pombinho.

(Cora Coralina)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Povo sem memória?


AE - Agencia Estado - 02/07/2009
 
Único convidado de honra presente à Cúpula da União Africana, aberta ontem, em Sirte, na Líbia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou os países industrializados pela crise do sistema financeiro e pelo "caráter perverso da ordem internacional". A fala do brasileiro, aplaudida por chefes de Estado e de governo e por líderes tribais africanos, foi sucedida por críticas à imprensa pelo que considerou "preconceito premeditado" por sua proximidade com ditadores da região. O discurso começou com Lula dizendo ao ditador líbio Muammar Kadafi: "Meu amigo, meu irmão e líder".

A participação do presidente na cúpula, que está em sua 13ª edição, foi ressaltada pela ausência dos demais convidados especiais. Silvio Berlusconi, primeiro-ministro da Itália, e Ban Ki-Moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), cancelaram suas participações, anunciadas como certas pelo cerimonial do evento até a véspera. Outro ausente foi Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, cuja falta não foi justificada publicamente. Ahmadinejad ficaria sentado ao lado de Lula, que por sua vez ficaria ao lado de Kadafi, que está no poder desde 1969, quando assumiu o controle do país em um golpe de Estado aos 27 anos de idade.

Logo de início, o presidente Lula elogiou "a persistência e a visão de ganhos cumulativos que norteia os líderes africanos" e ressaltou que "consolidar a democracia é um processo evolutivo". A partir de então, o presidente deu início a repetidas críticas aos países industrializados. Lula afirmou que "a crise financeira e econômica mundial revela a fragilidade e o caráter perverso da atual ordem internacional" e parafraseou o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, ao sustentar que "o consenso de Washington fracassou".

 As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Anúncios sexistas


Hoje em dia os publicitários têm muito cuidado ao conceber as suas campanhas. Mas experiências anteriores, com anúncios que ofendiam certas pessoas ou classes sociais, fizeram-nos aprender. Conheça alguns cartazes não muito antigos em que o objeto de humilhação era mais de metade da população mundial: a mulher. Humor de mau gosto...

 Anúncios sexistas
"Quer dizer que uma mulher consegue abri-lo?"


Publicidade enganadora, agressiva ou subliminar são conceitos que nos soam familiares. Efectivamente, não há muitas regras no mundo da publicidade para além dos limites éticos de quem a concebe e promove. Obcecados com as vendas e os lucros, promotores e publicitários não olham a meios para persuadir os consumidores a comprar os seus produtos. Todos temos memória de algumas campanhas chocantes, mas nem por isso menos eficazes. Até há cerca de 20 anos, mais ou menos, era possível ver em várias campanhas mensagens ofensivas para determinadas pessoas ou grupos sociais. Sempre que necessário recorria-se a conteúdos racistas e sexistas onde o objecto humilhado era frequentemente a mulher.

Esta utilização continuada da mulher em tom depreciativo explicava-se, na lógica fria da publicidade, porque o público alvo eram os homens - eram eles que ganhavam o dinheiro e, consequentemente, o gastavam. Eram, pois, os potenciais compradores, mesmo que os produtos se destinassem às mulheres. As situações criadas e os chavões comerciais dos publicitários serviam-se frequentemente do humor (ainda hoje se servem), mas um humor boçal, primitivo e de mau gosto, em que a mulher fazia literalmente de palhaço.

Felizmente hoje em dia já não é assim. Há mais respeito e cuidado com as mensagens publicitárias que se enquadram na linha do "politicamente correcto". Os publicitários e anunciantes aprenderam, dir-nos-ão. Se nos permitem, duvidaremos de tanta bondade. O que aconteceu simplesmente é que aqueles indivíduos e grupos que antes eram ridicularizados se tornaram também potenciais compradores. As mulheres deixaram de ser empregadas domésticas não remuneradas e abraçaram carreiras profissionais. Ganham os seus salários e gastam-nos, não necessariamente no mesmo que os homens. E os publicitários - e publicitárias - sabem-no bem.

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Toda a mulher tem um problema com a sua figura! 

Os simpáticos fabricantes de lingerie "Spirella" queriam convencer todos os indivíduos do sexo feminino que as suas linhas não eram... hum... ideais (nenhuma mulher gosta de se ver ao espelho, é sabido). Mas eles tinham a solução: não era necessário ir para o ginásio moldar o corpo; bastava vestir uma das suas peças milagrosas!

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O Chef faz tudo excepto cozinhar - é para isso que servem as mulheres! 

Este robô de cozinha da Kenwood podia fazer tudo excepto retirar às mulheres o imenso privilégio de cozinhar. Repare-se no ar feliz do casal (na altura não eram precisos psiquiatras).

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Se o seu marido alguma vez descobre... Que ela anda com outro? Não. Simplesmente que não comprou a nossa marca de café.

 Absolutamente imperdoável.

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Shhh! A mamã está no caminho da guerra! 

E porquê? Porque as lides domésticas a deixaram cansada e irritável. E então estraga o dia (ou a melhor parte dele) aos machos da casa. Mas se ela usasse o sabonete "New Ivory" acalmava os nervos...

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Sopre-lhe o fumo para a cara e ela segui-lo-á a qualquer parte. Concordamos em absoluto: não há nada mais irresistível do que alguém nos soprar o fumo para a cara, é evidente. Já o slogan Mantenha-a no lugar a que pertence nos deixa algumas dúvidas quando à sua eficácia na venda de sapatos para homem.


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"Se alguma vez partisses as unhas 14 vezes a limpar um forno saberias porque eu quero tanto este que se limpa sozinho." A mensagem deste anúncio era duplamente negativa. Por um lado transmitia a ideia de que a mulher era uma criatura desajeitada e fútil, obcecada com as suas unhas; por outro, de que o seu lugar era na cozinha. Ao afirmar Cuide da sua casa enquanto cuida do seu peso, o segundo anúncio pretendia apenas vender vitaminas. Certo.


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Quanto mais a mulher trabalha, mais bonita se torna! - desde que seja trabalhar em casa, claro, porque sempre É bom ter uma mulher por casa.