quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Um conto de 1958 sobre a crise

A CRISE OU OUTRO CONTO CURTO!

Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorros-quentes. Não tinha rádio, não tinha televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia os melhores cachorros-quentes da região. Preocupava-se com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava e gostava.
As vendas foram aumentando e, cada vez mais ele comprava o melhor pão e as melhores salsichas. Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender a grande quantidade de fregueses. O negócio prosperava...

Os seus cachorros-quentes eram os melhores! Com o dinheiro que ganhou conseguiu pagar uma boa escola ao filho. O miúdo cresceu e foi estudar Economia numa das melhores Faculdades do país.

Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vida de sempre, vendendo cachorros-quentes feitos com os melhores ingredientes e gastando dinheiro em cartazes, e teve uma séria conversa com o pai: - Pai, não ouve rádio? Não vê televisão? Não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso País é crítica. Há que economizar!

Depois de ouvir as considerações do filho Doutor, o pai pensou: Bem, se o meu filho que estudou Economia na melhor Faculdade, lê jornais, vê televisão e internet, e acha isto, então só pode ter razão! Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, é claro, pior). Começou a comprar salsichas mais baratas (que eram, também, piores). Para economizar, deixou de mandar fazer cartazes para colocar na estrada. Abatido pela notícia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta.

Tomadas essas 'providências', as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo até chegarem a níveis insuportáveis. O negócio de cachorros-quentes do homem, que antes gerava recursos... faliu. O pai, triste, disse ao filho:
 
- Estavas certo filho, nós estamos no meio de uma grande crise. E comentou com os amigos, orgulhoso: - Bendita a hora em que pus o meu filho a estudar economia, ele é que me avisou da crise...
 
 
VIVEMOS NUM MUNDO CONTAMINADO DE MÁS NOTÍCIAS E SE NÃO TOMARMOS O DEVIDO CUIDADO, ESSAS MÁS NOTICIAS INFLUENCIAR-NOS-ÃO AO PONTO DE NOS ROUBAREM A PROSPERIDADE.
O texto original foi publicado em 24 de Fevereiro de 1958 num anúncio da Quaker State Metals

Fonte: A Especiaria

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