quarta-feira, 18 de maio de 2011

Era uma vez um menininho


Espero que o novo governo invista maciçamente na educação. Não o investimento que estamos carecas de ouvir das bocas de alguns políticos, onde o objetivo é o número de salas de aulas. Não que isso também não seja importante, mas temos que mudar o foco. Agir não somente nos efeitos desastrosos dessa má educação brasileira. Precisamos trabalhar o professor, início de todo processo de aprendizagem.

Todo esse caos da educação, é fruto unicamente de professores mal remunerados e consequentemente mal preparados para essa função.

O país deve criar mecanismos para preparar quem quer seguir a carreira educacional. Precisa investir em equipamentos científicos e um trabalho de orientação tendo como foco a educação de países desenvolvidos.

Os professores de hoje não se reciclaram, estão lecionando pior a cada dia. Estão criando sério bloqueio quanto na linguagem como na criatividade dos alunos. Isso é desastroso.

Para ilustrar o que estou querendo transmitir, escrevo abaixo uma histórinha pra pensar.

O título é O menininho, de Helen E. Buckley: 
 

"Era uma vez um menininho que contrastava com a escola bastante grande. Uma manhã a professora disse que os alunos iriam fazer um desenho.

- Que bom! -  Ele gostava de fazer desenhos. 
Ele pegou sua caixa de lápis de cor e começou a desenhar. Mas a professora disse para esperar, que ainda não era hora de começar. E ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora, disse a professora, nós iremos desenhar flores.

- Que bom! - pensou o menininho. Ele gostava de desenhar flores e começou a desenhar flores com lápis rosa, azul e laranja. Mas a professora disse que ia mostrar como fazer. 
E a flor era vermelha com caule verde.

- Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para a flor da professora, então olhou para a sua flor. Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isso. Ele virou o papel e desenhou uma flor igual à da professora. 
Num outro dia, quando o menininho estava em aula ao ar livre, a professora disse que os alunos iriam fazer alguma coisa com o barro. 

- Que bom! - pensou. Ele gostava de trabalhar com barro.
Ele pensou que podia fazer com ele todos os tipos de coisas: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e amassar a sua bola de barro. Mas a professora disse para esperar. 

E ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora, disse a professora, nós iremos fazer um prato.
- Que bom! - pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos.

A professora disse que era para esperar, que iria mostrar como fazer.
E ela mostrou a todos como fazer um prato fundo.

-  Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para o prato da professora, olhou para o próprio prato e gostou mais do seu, mas ele não podia dizer isso. Amassou seu barro numa grande bola novamente e fez um prato fundo igualzinho ao da professora.

E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar e a fazer as coisas exatamente como a professora. E muito cedo ele não fazia mais coisas por si próprio.

Então, aconteceu que o menininho e a sua família se mudaram para outra cidade, e o menininho tinha que ir para outra escola. 

Esta escola era ainda maior que a primeira. 
E no primeiro dia, a professora disse que os alunos fariam um desenho:

- Que bom! - pensou o menininho, e esperou que a professora dissesse o que fazer. Ela não disse. Apenas andava pela sala. Quando veio até o menininho disse:
- Você não quer desenhar?
- Sim, mas o que vamos desenhar?
- Eu não sei, até que você o faça.
- Como eu posso fazê-lo?
- Da maneira que você gostar.
- E de que cor?
- Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber qual o desenho de cada um?

- Eu não sei. - disse o menininho.
E começou a desenhar uma flor vermelha com caule verde.

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