Aprenda a subir na vida com Lulinha, o neto do Brasil
Lulinha. Ex-funcionário do Zoo de São Paulo e hoje um megaempresário
No dia 9 de outubro, um avião da FAB, o tal “sucatinha”, que transportava militares, estava prestes a aterrissar em Brasília quando recebeu uma ordem para voltar a São Paulo para buscar Henrique Meirelles, presidente do Banco Central. Até aí, tudo bem. Embarcaram no avião, além de Meirelles e de um assessor, ninguém menos que Fábio Luiz da Silva, o Lulinha, e mais 15 convidados.
“Convidados de quem?” Ora, de Lulão, o pai. Por isso, diz a Presidência da República, não se fornece a lista dos passageiros. A operação toda consumiu 15 mil kg de querosene de aviação — só essa bobagenzinha custou R$ 15 mil aos cofres públicos.
Qual é a atividade conhecida de Lulinha, monitor de jardim zoológico até que o pai chegasse à Presidência? Ele é “empresário”. É um dos donos da Gamecorp, aquela empresa em que a antiga Telemar, atual Oi — uma das empresas que financiaram Lula, O Filho do Brasil —, injetou ao menos R$ 10 milhões. Nota: o BNDES, um banco público, já era sócio da empresa naquele tempo. Oficialmente ao menos, Lulinha, empresário, não é cicerone de convidados do presidente. Empresário que leva gente para bater papo com autoridade fora da agenda — ou está na agenda? — costuma ser chamado de “lobista”.
Como se vê, não é só o “filho do Brasil” que se mostra uma pessoa dotada de direitos especiais. Eles se estendem também aos “netos do Brasil”. Vocês devem se lembrar que um avião da FAB já foi usado para transportar amigos de outro filho de Lula, o mais novo, que queriam conhecer o Palácio da Alvorada. À época, a petista Maria Victoria Benevides, presidente da Comissão de Ética da Presidência, afirmou que não cabia a seu departamento analisar o ocorrido porque se tratava de uma questão privada…
A aristocracia nas monarquias constitucionais e democráticas são de mentirinha, como, aliás, os monarcas. Não mandam nada e estão submetidos às leis. A nossa “monarquia” não é constitucional, não está prevista em lei. A nova aristocracia, a da nova classe social surgida no sindicalismo, exerce licenças e prerrogativas ao arrepio de qualquer ordenamento jurídico. Nesse passo, a agente ainda chega à monarquia absolutista…
Dá-lhe, Lulinha, o neto do Brasil!
Por Reinaldo Azevedo
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