Há alguns anos fui acometido por uma crise de soluços que durou dez dias. Minha garganta chegou a ficar em carne viva de tanto soluçar. O que me curou foi o sedativo "Amplictil", receitado por um neurologista. Só foi tomar as primeiras quatro gotas que o soluço desapareceu. A causa do soluço foi um implante dentário que realizei no dia anterior.
Vamos a explicação:
O soluço resulta de um estímulo involuntário de músculos relacionados com a respiração, principalmente o diafragma (calota muscular que divide o tórax do abdômen), levando a uma inspiração rápida e curta, não sincronizada com o ciclo respiratório.
Na grande maioria das vezes o soluço causa não mais do que um desconforto com duração de poucos minutos. No entanto, certas vezes, os soluços podem permanecer por várias horas ou dias, levando a busca de atendimento médico.
Não há riscos conhecidos relacionados à permanência dos soluços, mesmo por grandes períodos de tempo.
Apesar de não haver um mecanismo conhecido para o início de um episódio de soluço, certas situações são descritas como causas corriqueiras de soluço.
Alguns exemplos são:
distensão gástrica pela ingesta de bebidas com gás;
deglutição de ar ou alimentação em grande volume;
mudanças súbitas de temperatura de alimentos ingeridos ou mesmo da pele (sauna-ducha gelada),
Gargalhada.
Situações de soluços persistentes ou recorrentes já foram relacionadas a mais de uma centena de causas.
Causas neurológicas:
Traumatismo (acidentes de carro), acidente vascular cerebral (”derrame”), tumor cerebral.
Causas metabólicas:
Insuficiência renal com altos níveis de uréia sangüínea, respiração rápida levando a diminuição de dióxido de carbono no sangue, excesso ou falta de íons (K, Na, por exemplo).
Estímulo direto ao nervo vago:
Objetos acidentalmente introduzidos no ouvido, aumento da tireóide, tumores no trajeto do nervo vago na cabeça, pescoço, tórax ou abdômen, pneumonias, infarto, esofagite, hepatites e pancreatites.
Causas cirúrgicas:
Anestesia geral e estado pós-anestésico.
Muitas vezes a causa do soluço não pode ser descoberta.
COMO SE TRATA?
Algumas manobras podem ser úteis na resolução de quadros agudos e benignos de soluço. Entre elas estão a tração da língua, elevação da úvula (”sininho” da garganta) com uma colher, ingesta de uma colher de açúcar, trancar a respiração, assoar o nariz, dobrar as pernas sobre o abdômen, inspiração rápida (como ocorre quando levamos um susto) e alívio da distensão abdominal por eructação (arroto) ou sonda nasogástrica.
Quando o soluço chega a motivar procura de assistência médica, geralmente já está presente há pelo menos várias horas ou dias. Nesse caso, as causas acima mencionadas de soluço persistente devem ser investigadas.
A ordem da investigação será orientada pela presença ou não de sintomas concomitantes ao soluço que possam indicar uma causa.
A avaliação inclui um exame neurológico detalhado, seguido de exames básicos de sangue e radiografia de tórax. Não sendo encontrada a causa e permanecendo com o sintoma, a avaliação prossegue com tomografias de crânio, tórax e abdômen, ecocardiografia, broncoscopia e endoscopia digestiva.
Se uma causa é descoberta, o tratamento deve ser direcionado à causa. Se não é descoberta ou se o tratamento não é possível, certas medicações, geralmente de natureza sedativa podem ser usadas. Pela sua natureza, essas medicações sempre exigem avaliação específica do caso em questão e prescrição médica.
Fonte: abc da saúde
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